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Indústria retoma crescimento em julho, prevê Lupi
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou ontem que o mercado de trabalho deve melhorar a partir do segundo semestre.
Jamil Chade
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou ontem que o mercado de trabalho deve melhorar a partir do segundo semestre. "Já atravessamos o fundo do poço e superamos a pior fase", garantiu Lupi, que está em Genebra para reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será um dos principais convidados da conferência da OIT sobre emprego e insistirá que não está na hora de flexibilizar os direitos trabalhistas.
Ele acredita que o atual trimestre já registrará um aumento  do PIB de cerca de 1%, recuperando a queda do primeiro trimestre. "No ano,  teremos um crescimento do PIB de 2%", afirmou Lupi. No primeiro trimestre, a  queda foi de 0,8% e o País entrou em recessão técnica.
Lupi garante que  essa recessão não terá vida longa. "A queda do PIB já foi menor do que se  esperava", disse. "Nesses meses antes o final do primeiro semestre já teremos  uma expansão da economia e vamos recuperar a perda de 0,8% e ainda ter um  pequeno salto." 
A volta do crescimento, porém, está relacionada ao  trimestre anterior, que havia sido negativo. Em comparação ao mesmo período de  2008, a queda deve continuar. 
SEGUNDO SEMESTRE
Um crescimento  mais consistente, porém, viria apenas no segundo semestre, segundo Lupi. "A  segunda parte do ano será o período da recuperação", disse. Ontem, em um outro  evento, o diretor da OIT, Juan Somavia, alertou ministros e embaixadores de  vários países: "Não abram a champagne, pois a situação é ainda muito séria".  
Lupi aposta na redução acelerada da taxa de juros no restante de 2009.  Nesta semana, o Banco Central cortou a taxa em 1%, fazendo com que o índice  esteja pela primeira vez abaixo de 10% em 13 anos. 
Lupi acredita que o  BC não deverá mudar o rumo da política monetária. "A queda na taxa de juros vai  ajudar muito e incentivar empresas a investir na produção", disse.  
Quanto à criação de empregos, Lupi insiste que o Brasil vai conseguir  gerar 1 milhão de novos postos de trabalho no ano. Só em dezembro, 600 mil  trabalhadores ficaram sem emprego no País. 
"O Brasil já entrou na fase  de crescimento contínuo de geração de empregos", disse o ministro. Somos o único  país do G-20, salvo a China, que está criando postos de trabalho na recessão",  afirmou.
NOVOS NÚMEROS
Para o ministro, maio registrará uma nova  alta na geração de empregos, superando os números de abril. "Mais de 106 mil  postos de trabalho serão criados em maio", garantiu. 
"A indústria, que  era o setor que mais demitia, já registrou em abril um equilíbrio entre  demissões e contratações", disse. 
Lupi admite que vários setores levarão  alguns meses para se recuperar . "Setores como o de máquinas agrícolas ainda  estão registrando dados que são muito fracos. No setor da siderurgia, a  recuperação ainda pode demorar também", alertou. "O bom momento para a indústria  virá a partir de julho."
No setor automotivo, nem a isenção do IPI acabou  com as demissões. "A dependência externa dificulta mais alguns setores". Ele não  acha necessário ampliar o seguro desemprego. Até agora, 300 mil pessoas foram  beneficiadas com o prazo maior do seguro.
